O Instituto IBDSocial destaca que os cuidados paliativos no SUS representam um avanço fundamental na promoção de um atendimento mais humano, ético e centrado na dignidade do paciente. Esse tipo de cuidado não tem como objetivo a cura, mas sim o alívio do sofrimento, o controle de sintomas e o suporte emocional a pessoas com doenças crônicas, degenerativas ou em estágio terminal.
Oferecer cuidado paliativo é garantir que o paciente seja tratado com respeito, acolhimento e empatia, mesmo quando a medicina não pode oferecer a cura. Trata-se de uma abordagem que considera o ser humano em sua integralidade, corpo, mente e vínculos sociais, e que fortalece o compromisso do sistema público de saúde com o bem-estar em todas as fases da vida.
Abordagem interdisciplinar e suporte às famílias
O cuidado paliativo envolve uma equipe multiprofissional que atua de forma integrada, com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais trabalhando juntos. Essa atuação conjunta possibilita uma abordagem mais sensível e abrangente das necessidades do paciente, inclusive no que diz respeito ao aspecto emocional, espiritual e social do processo de adoecimento.

Segundo o Instituto IBDSocial, esse modelo de cuidado também se estende às famílias, oferecendo orientação, escuta e apoio em momentos de intensa fragilidade. A inclusão dos familiares no plano terapêutico é um diferencial que fortalece o vínculo entre equipe e comunidade, além de garantir mais conforto e segurança durante a transição do paciente.
Humanização como princípio orientador
No contexto dos cuidados paliativos, a humanização não é somente uma diretriz, mas uma prática diária. Desde a escuta atenta até o respeito às decisões do paciente, tudo é pautado pela sensibilidade e pelo compromisso com o valor da vida. Esse cuidado é especialmente importante para o paciente poder viver seus últimos dias com dignidade e conforto.
O Instituto IBDSocial comenta que, ao incluir a humanização como eixo estruturante, o SUS amplia sua capacidade de acolhimento e reforça seu papel social. O cuidado paliativo é um reflexo do entendimento de que a saúde pública deve atender não somente à cura, mas também ao alívio do sofrimento e à qualidade de vida até o fim.
Desafios estruturais e avanços possíveis
Apesar da importância dos cuidados paliativos, ainda existem desafios estruturais para sua implementação ampla no SUS. Falta de equipes treinadas, ausência de protocolos específicos e escassez de leitos especializados são alguns dos obstáculos enfrentados. No entanto, experiências exitosas em diversas regiões mostram que, com vontade política e planejamento, é possível avançar.
De acordo com o Instituto IBDSocial, iniciativas locais demonstram que é possível oferecer cuidado paliativo de qualidade com baixo custo e alto impacto social. A formação de profissionais, a criação de fluxos de atendimento específicos e a valorização da atenção domiciliar são estratégias que tornam esse cuidado mais acessível e resolutivo.
Ética, autonomia e escuta no centro do cuidado
O cuidado paliativo valoriza a autonomia do paciente, respeitando suas escolhas, crenças e desejos em relação ao próprio tratamento. Isso significa escutar ativamente, dialogar com clareza e garantir que as decisões sejam compartilhadas de maneira ética e consciente, promovendo respeito e confiança entre equipe, paciente e família.
O Instituto IBDSocial frisa que a escuta qualificada é um instrumento essencial nesse processo. Mais do que ouvir, trata-se de compreender o que é importante para o paciente naquele momento de sua vida. Esse cuidado, ancorado na ética e no afeto, contribui para que a experiência do fim da vida seja mais serena, digna e respeitosa.
Cuidado integral até o último instante
Os cuidados paliativos representam uma das expressões mais genuínas de um sistema de saúde que valoriza o ser humano. Eles lembram que o cuidado não deve cessar quando a cura não é mais possível. Pelo contrário, é justamente nesse momento que o cuidado se intensifica, com presença, escuta e acolhimento.
O Instituto IBDSocial sugere que incluir os cuidados paliativos como parte da atenção pública em saúde é um gesto de compromisso com a vida em todas as suas fases. É garantir que ninguém seja deixado de lado, mesmo nos momentos mais difíceis. E é, acima de tudo, afirmar que o respeito à dignidade humana deve ser permanente, até o fim.
Autor: Svetlana Galina