O Brasil está avaliando a possibilidade de propor uma nova eleição na Venezuela como solução para o impasse político que se seguiu às eleições presidenciais do país. A ideia, que envolve a realização de um “segundo turno” mediado por órgãos internacionais, é apoiada por membros do governo brasileiro, incluindo o assessor especial Celso Amorim.
A proposta surge em meio a um cenário político tenso na Venezuela, após as eleições de 28 de julho, que resultaram na reeleição de Nicolás Maduro com 51,95% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). No entanto, a oposição e a comunidade internacional contestam esses resultados, alegando irregularidades.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu a proposta em uma reunião ministerial em Brasília, destacando que novas eleições poderiam ser a melhor saída para Maduro, diante da falta de reconhecimento internacional e das críticas da oposição. Apesar disso, Maduro não demonstrou disposição para aceitar essa solução.
Além da proposta de novas eleições, o governo brasileiro também considera a possibilidade de um acordo entre o governo de Maduro e a oposição. No entanto, essa alternativa é vista como improvável, dado o atual clima de desconfiança entre as partes.
A situação na Venezuela é complicada pela falta de apoio de outros países da região. O México, que inicialmente estava envolvido nas negociações, reduziu seu empenho, deixando Brasil e Colômbia como os principais mediadores, o que enfraquece as chances de um acordo.
A oposição venezuelana, liderada por Edmundo González, afirma ter vencido as eleições com 67% dos votos, de acordo com contagens paralelas. Essa alegação é apoiada por vários países, incluindo Estados Unidos e Argentina, que não reconhecem a vitória de Maduro.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu os resultados oficiais, citando indícios de manipulação eleitoral por parte do governo Maduro. Observadores internacionais relataram irregularidades durante o pleito.
Enquanto isso, a tensão continua a crescer na Venezuela, com mais de 1.200 pessoas presas após protestos contra os resultados eleitorais. O governo de Maduro ameaça prender líderes da oposição, aumentando ainda mais a instabilidade no país.