O advogado Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho frisa que a confiança na lisura do processo eleitoral é um dos pilares da democracia. No Brasil, onde as eleições são realizadas por meio de urnas eletrônicas desde 1996, garantir a transparência e a segurança do voto é uma preocupação constante. Diante disso, surgem perguntas importantes: como os votos podem ser recontados? Existe algum mecanismo que garanta a veracidade dos resultados emitidos pelas urnas?
O que é a recontagem de votos e em quais situações ela pode ser solicitada?
A recontagem de votos é um procedimento legal previsto pelo Código Eleitoral brasileiro com o objetivo de conferir novamente os votos computados em uma determinada seção eleitoral. Ela pode ocorrer tanto de forma automática quanto mediante solicitação de candidatos, partidos políticos ou coligações. Entre as situações que podem ensejar a recontagem estão: empate técnico entre candidatos, denúncias de irregularidades ou discrepâncias significativas nos resultados.
Além disso, a recontagem pode ser motivada por impugnação judicial ou por decisão do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda assim, não se trata de um recurso imediato ou aleatório: é necessário apresentar justificativa plausível e elementos concretos que demonstrem a necessidade da medida. Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho destaca que o objetivo é evitar abusos e garantir que o processo seja conduzido com seriedade e dentro da legalidade.
Como funciona a auditoria das urnas eletrônicas no Brasil?
A auditoria das urnas eletrônicas é um mecanismo de controle implementado pelo TSE para garantir a integridade do sistema eleitoral. Antes das eleições, são realizados testes públicos chamados de “simulados”, em que técnicos, representantes partidários e da sociedade civil verificam o funcionamento das urnas. Durante esse processo, são feitos votos-teste e comparados com os resultados registrados, para assegurar que o equipamento opera corretamente.

Após o pleito, outra forma de auditoria é a impressão do “voto auditável”, que foi introduzida com a tecnologia da urna 2020. Conforme ressalta Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, esse comprovante físico permite que uma amostragem de votos seja comparada com os dados digitais armazenados. Embora esse comprovante não possa ser usado para identificar o voto do eleitor, serve como uma camada adicional de transparência e confiança no sistema eleitoral brasileiro.
Quem fiscaliza o processo eleitoral e como a sociedade pode acompanhar?
A fiscalização do processo eleitoral no Brasil envolve diversos atores, dentre eles o Ministério Público Eleitoral, partidos políticos, candidatos e observadores independentes. Cada um desses grupos tem direito a nomear fiscais que atuam nas seções eleitorais, garantindo que o dia da votação ocorra sem fraudes ou pressões indevidas sobre os eleitores. Além disso, o TSE mantém parcerias com instituições acadêmicas e organizações da sociedade civil para ampliar a transparência.
Segundo Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, a sociedade também pode acompanhar parte do processo por meio de plataformas digitais disponibilizadas pelo TSE, onde é possível acessar informações em tempo real sobre a apuração e verificar relatórios pós-eleitorais. Essa abertura aumenta a credibilidade do sistema e permite que cidadãos comuns participem indiretamente da fiscalização, contribuindo para a manutenção da legitimidade das eleições.
Confiança no processo depende de transparência e rigor técnico
O sistema eleitoral brasileiro conta com mecanismos robustos para garantir a lisura dos resultados. A recontagem de votos, embora não seja um instrumento rotineiro, está disponível para situações específicas e sempre respaldada por critérios legais claros. As auditorias nas urnas eletrônicas, por sua vez, reforçam a confiança na tecnologia utilizada e permitem verificações objetivas do processo.
Por isso, Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho conclui que a participação da sociedade e a atuação de instituições independentes são fundamentais para assegurar que as eleições reflitam verdadeiramente a vontade popular. Com transparência, fiscalização eficaz e respeito à legislação, o Brasil avança rumo a eleições cada vez mais seguras e confiáveis, fortalecendo sua democracia.
Autor: George Sergei