Levar o celular para o banho parece uma atitude simples, quase inocente, para quem gosta de ouvir música, assistir vídeos ou apenas se distrair enquanto se higieniza. No entanto, essa prática pode causar prejuízos sérios ao aparelho, tornando o que parece um hábito inofensivo um convite aberto a danos que podem custar caro. O celular, tão presente e essencial no dia a dia, pode ser profundamente afetado pelo vapor e pela umidade típica do banheiro, sobretudo durante o banho.
O vapor quente e a umidade elevada dentro do banheiro criam um ambiente perigoso para os componentes internos do smartphone. O vapor consegue penetrar em pequenas aberturas do aparelho, especialmente se a tela ou a tampa traseira apresentarem trincos ou desgastes. Além disso, a temperatura elevada pode provocar a descolagem de pequenas partes internas, facilitando a infiltração da água. Esse cenário favorece a oxidação das partes internas e pode causar danos irreversíveis aos módulos sensíveis, como o da câmera, comprometendo o funcionamento do aparelho.
Não existe uma marca ou modelo mais vulnerável do que outro quando o assunto é exposição ao ambiente úmido do banho. O que diferencia é a presença ou não de certificação contra água e poeira. Aparelhos que não possuem essa certificação são naturalmente mais suscetíveis a danos quando expostos ao vapor e à umidade. Ainda assim, mesmo os celulares com proteção contra água não estão livres de riscos, pois a exposição frequente ao vapor quente pode deteriorar as vedações internas, abrindo caminho para infiltrações.
Os danos causados pelo banho são visíveis e apresentam sinais claros. Um dos sintomas mais comuns é o aparecimento de vapor ou condensação dentro da lente da câmera, algo que o usuário pode notar facilmente. Além disso, o aparelho pode começar a travar, reiniciar sozinho ou até deixar de ligar, sintomas que indicam problemas sérios causados pela umidade interna. A oxidação de componentes internos é outro indício que pode significar o fim da vida útil do smartphone se não tratado a tempo.
Outro ponto crucial para o usuário é que levar o celular para o banho pode comprometer a garantia do produto. Os fabricantes utilizam adesivos internos que mudam de cor ao contato com líquidos, transformando-se de branco para vermelho. Essa alteração indica mau uso e, consequentemente, anula a garantia, mesmo que o aparelho ainda esteja dentro do prazo legal. Esse fator torna a prática ainda mais arriscada, pois o conserto passa a ser pago integralmente pelo consumidor.
Para quem já fez algum reparo fora da assistência autorizada, o risco de danos aumenta. Muitas vezes, as vedações internas não são reinstaladas corretamente, tornando o aparelho ainda mais vulnerável à umidade e ao vapor. Sem a proteção original, mesmo a exposição ao ambiente úmido fora do box do chuveiro pode causar infiltrações que comprometam o funcionamento do dispositivo, aumentando o risco de defeitos e de perda definitiva do aparelho.
Quanto ao conserto, os custos variam conforme o nível de dano e o modelo do smartphone. Em alguns casos, uma limpeza química pode resolver o problema, enquanto em outros, o reparo da placa principal pode ser complexo e caro, chegando a custar entre trezentos e mil e quinhentos reais. Em situações graves, a umidade pode causar curto-circuito na placa, tornando o conserto inviável e obrigando o usuário a substituir o aparelho, o que representa um gasto ainda maior.
A solução mais prática e segura para evitar prejuízos é simples: não levar o celular para o banheiro durante o banho. Para quem não abre mão da companhia do aparelho, o ideal é deixá-lo fora do box, onde a temperatura e o vapor são mais intensos. Mesmo assim, é importante lembrar que o ambiente do banheiro continua úmido e a exposição frequente, mesmo indireta, pode acelerar o desgaste das vedações internas. Portanto, o cuidado redobrado é fundamental para preservar a vida útil do celular e evitar gastos desnecessários.
Autor: Svetlana Galina